Sua mente evoluiu para fazer coisas incríveis – como sobreviver no deserto ou na selva. De fato, você está se beneficiando das habilidades dessa evolução nesse momento. Sem esforço, você reconhece padrões, armazena e recupera informações para processar a miríade de entradas que chegam a você 24 horas por dia. Sendo assim, você olha em volta e pensa “isso é uma cadeira, isso é um computador, essa é uma pessoa”, ao invés de perceber tudo como simples vibrações multifatoriais de luz e som. Computadores dificilmente fazem isso, mesmo hoje em dia. Mas por acaso, você já foi ao mercado para comprar limões e voltou com seis coisas diferentes e nenhum limão? O que aconteceu? Você tentou usar sua cabeça como seu escritório.

 

Pesquisas recentes na área da ciência cognitiva mostram que o número de coisas que você pode mentalmente priorizar, gerir, reter e lembrar é…(prepare-se)…quatro! Se você armazenar mais que isso na sua cabeça, acabará sub-otimizando seu funcionamento cognitivo. Sendo assim, você será conduzido pelo que é mais recente e chamativo – e não pela avaliação de estratégia, intuição ou objetivo.

 

Seu cérebro utiliza algo como um “músculo cognitivo”, o qual possui capacidades limitadas e, com o uso excessivo ou mau uso, pode ficar exaurido e enervado, assim como seus músculos físicos. Usar sua mente para armazenar tarefas, ao invés de um sistema confiável – um “cérebro externo” – força seu cérebro a realizar um trabalho para o qual ele não foi desenvolvido.  É por isso que você acorda às 3 da manhã pensando, “eu preciso comprar a ração do gato”, ou “e o nosso pedido que não chegou?”

 

Descoberta sobre a mente

 

Trinta e cinco anos atrás, eu descobri o valor e o impacto de descarregar a mente de todas as tarefas, afazeres, projetos e planos quando um mentor me mandou fazer uma “varredura mental” completa. Desde então, eu dediquei milhares de horas com algumas das melhores e mais brilhantes pessoas que você poderia encontrar, conduzindo-os por um processo similar. Sem exceção, elas obtiveram maior controle e foco e notaram uma grande redução no estresse através desse processo. Sem exceção.

 

Na última década, cientistas do relativamente novo campo da ciência cognitiva têm publicado pesquisas que validam esse processo. Em anos recentes, essa prática foi chamada “cognição distribuída”, que significa basicamente retirar coisas da sua mente. É importante distribuir sua carga cognitiva não somente para se aliviar do estressante processo de relembrar, mas também para que você possa experimentar a alegria de pensar criativamente e resolver problemas, como seu cérebro foi otimizado para fazer.

 

Sendo assim, se você estiver interessado em se aprofundar nas conclusões da ciência nessa área, aqui estão quatro dos meus livros favoritos publicados recentemente, escritos por pessoas mais experientes que eu nesse campo.

 

  • Força de Vontade: a Redescoberta do Poder Humano por Dr. Roy Baumeister e John Tierney;
  • Brain Chains: Your Thinking Brain Explained in Simple Terms por Dr. Theo Compernolle (somente edição em inglês);
  • A Mente Organizada: Como Pensar com Clareza na Era da Sobrecarga de Informação por Dr. Daniel Levitin;
  • Checklist: Como Fazer as Coisas Bem Feitas por Dr. Atul Gawande;

 

Acreditando ou não no que a ciência diz sobre o valor de transferir conteúdos da sua mente para algum recipiente confiável, recomendo que tente mesmo assim. Convido você a provar o erro, o mais rápido possível, para que você possa pelo menos tirar isso da sua mente!

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