Em todo o mundo, a depressão já é considerada a doença do século. Só no Brasil, cerca de 11 milhões de pessoas adultas já foram diagnosticadas com este desequilíbrio. Mais da metade controla os sintomas com o uso de medicamentos, que com o tempo, podem perder sua efetividade.

É possível que quem tenha sofrido e tratado uma das crises nunca volte a ter outra, mas por ser uma doença crônica, é necessário que as pessoas que sofrem com ela fiquem atentas sobre possíveis recaídas: a chamada depressão recorrente.

A doença

Muitos fatores podem desencadear o início ou a volta de uma depressão profunda (ainda que o indivíduo se sinta bem ou esteja em tratamento), como a morte de um ente querido, o término de um relacionamento, a falta de terapia, dentre outros fatores que podem trazer riscos e intensificar alguns sintomas debilitantes, que incluem: dificuldades de concentração, pensamentos distorcidos e forte tendência à negatividade. Para tratá-los, é preciso que o paciente perceba que seus sentimentos e pensamentos não são reflexões apuradas da realidade.   

A solução

A meditação da atenção  plena, ou mindfulness, nada mais é do que uma técnica mental que estimula seus praticantes a direcionar a atenção total para o “aqui” e “agora”. Através de uma conexão entre mente e corpo, o indivíduo se torna mais atento, consciente de seus pensamentos e emoções presentes, sem praticar julgamentos ou se deixar influenciar por eles. Dessa maneira, as mensagens negativas e depreciativas se tornam menos poderosas. 

Segundo alguns pesquisadores britânicos, essa forma inteligente de lidar com os próprios sentimentos pode ser tão poderosa no controle da depressão a ponto de funcionar tão bem quanto os antidepressivos na prevenção de recaídas. 

Mindfulness x depressão recorrente

Um estudo realizado na Universidade de Exeter, na Inglaterra, fez uma comparação entre o tratamento cognitivo com mindfulness e o uso de antidepressivos com 424 pessoas adultas diagnosticadas com depressão recorrente. Os pesquisadores pediram para que metade do grupo continuasse tomando a sua medicação normalmente, enquanto a outra metade diminuísse a dosagem dos antidepressivos, e experimentasse a terapia baseada no mindfulness.

Este último grupo fez sessões de duas horas semanais por oito semanas, que consistiam em meditações guiadas, debates sobre as práticas, exercícios diários em casa e opção de sessões de acompanhamento. Durante o período de dois anos, foi constatado que a média de recaída na depressão dos usuários do mindfulness era de 44% contra 47% do tratamento farmacológico. Ou seja, a meditação mindfulness foi capaz de trazer resultados igualmente satisfatórios ao da medicação, sem apresentar os perigos das contraindicações ou efeitos colaterais.

Os benefícios

Esses resultados surpreendentes têm motivo: ao aprender e incorporar a técnica mindfulness, o indivíduo aprende a se separar das sensações causadas de imediato por diferentes tipos de pensamentos. Ao se lembrar de algo ruim, ele não se afunda em sua negatividade para cultivar a própria lucidez. Essa interrupção permite que a pessoa se sinta livre para encontrar alegria no momento presente.

Pelos mesmos motivos, fica fácil constatar que o mindfulness não é só útil para reduzir os sintomas da depressão, mas também da ansiedade, do estresse da irritabilidade e preocupação excessiva em momentos difíceis. Tudo isso sem abrir mão dos demais benefícios já conhecidos da meditação tradicional, como o fortalecimento do sistema imunológico, regulação das emoções e aumento das capacidades de concentração.

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