Nos últimos anos, fomos surpreendidos com a pandemia do COVID-19 e junto com tanto medo e perplexidade veio a quebra de paradigma do trabalho remoto. Um verdadeiro teste de flexibilidade e adaptação. Independentemente de você gostar ou não, o trabalho remoto não era mais uma opção, mas sim uma necessidade.

 Apesar do isolamento ser necessário e importante para o controle do contágio, práticas que passavam despercebidas começaram a fazer falta como:

  • as interações no deslocamento para o trabalho,
  • as trocas nos períodos de coffee e almoço,
  • a ideia de passar no shopping para resolver um tema ou outro no final do expediente.

 Enfim, em alguma medida todos fomos impactados.

 Aos poucos a vida parecia perder seu contorno, já não sabíamos mais o que era pessoal ou profissional, qual roupa usar para trabalhar em casa, até que ponto ceder a interrupção dos filhos, vizinhos, barulhos externos… Por muito tempo a grande questão foi: onde arranjar criatividade para equilibrar trabalho, casa, a energia das crianças, cuidado com a saúde para não pegar COVID e ainda atender a expectativa de “sair melhor do que entrou na pandemia”.

 Claro, se você se deu conta de ler muitos livros, fazer os cursos gratuitos, assistir as lives disponíveis e manter a atividade física, ótimo! Mas, saiba que nunca foi sobre ter “força de vontade” e sim sobre ter recursos internos e externos para dar conta, cada qual com seu limite.

 Mesmo com algumas liberações, não podemos dizer que a pandemia terminou. Viveremos alguns resquícios por um tempo, mas até aqui muitas dicas sobre o Home Office foram dadas, como a questão de ter um ambiente confortável, ter disciplina com os horários, se arrumar como se estivesse de fato saindo de casa, entre tantas outras. Agora quero citar coisas que fogem disso e vêm funcionando em minha rotina. Com ou sem pandemia o trabalho remoto nos exige autogestão e por isso:

Em momentos estratégicos interrompa a conexão da internet – Manter o foco é um desafio para todos principalmente em meio a tantas interrupções e distrações que o meio digital oferece. Ao longo do dia, procure interromper a conexão de internet. Muitos têm medo do que pode acontecer, mas acredite se for uma “bomba” vão ligar, e o que foge disso pode esperar ou vão buscar outros meios de solucionar. Cuide para não fazer isso um período inteiro, pequenos blocos de 30, 40 minutos são o suficiente para dar um gás.

 Foque no que terá um impacto maior – Dizer NÃO é desafiador, mas é possível “embrulhar o NÃO para presente”. Analise o que terá um impacto maior se concluído neste período e negocie com as demandas que chegarem no meio do percurso. Uma possibilidade é dizer: “Adoraria lhe ajudar e entendo a importância, mas se pegar agora o que está me pedindo, X será impactado. Tudo bem se eu concluir e na sequência falamos?!” Tenha consciência de que as vezes o inesperado é mais relevante e não hesite em interromper o planejado, faz parte do jogo.

Descansar não é ócio – muitas vezes, temos tantas atividades a fazer e tão pouco tempo para terminá-las que parar e descansar não parece ser a escolha mais adequada, inclusive, podemos até mesmo nos sentir culpados apenas por cogitar isso. Mas a verdade é que fazer uma pausa pode simplesmente ser a coisa mais produtiva a se fazer. Nosso cérebro tem uma reserva de energia limitada, e essas pequenas pausas servirão para recarregar as baterias e impedir que a energia se esgote por completo. Não pense nas pausas como um desperdício de tempo, pense como um investimento, no qual você troca tempo por energia.

Lembre-se : cérebro sem energia não mantém o foco nem a produtividade. 

Por fim, respire profundamente – respirar? Sim, isso mesmo. Respirar profundamente algumas vezes ao longo do dia pode ser um excelente exercício de relaxamento e foco. Antes de um compromisso ou entre uma reunião e outra, pratique e sinta o seu nível de consciência  aumentar.

Se você chegou até aqui veja essas dicas como insights! Convido você a testar, analisar e reter o que fizer sentido, mais que isso, convido a compartilhar nos comentários outras ideias sobre o trabalho remoto e autogestão. Boas práticas devem ser multiplicadas.

Por: Marta Oliveira

Compartilhar: