Anos atrás, um executivo sênior me enviou uma história deliciosa, porque o lembrou dos aprendizados do GTD sobre metas. [Desculpas pela falta de atribuição a quem foi a fonte da história.]

Um jovem vai a um famoso guru e diz:

– Eu estou buscando esclarecimento. Se eu trabalhar para você, quanto tempo levaria?

O guru o avalia e diz:

– Dez anos.

O jovem protesta, “É muito tempo! E se eu me dedicasse totalmente – dormisse 3 horas por noite, desistisse da minha profissão, não tivesse vida social e dedicasse todo meu tempo esforçando-me para alcançar esclarecimento?”

“Muito bem – responde o guru – nesse caso, levará vinte anos.”

O jovem está perplexo, “por quê?”

O guru diz: – Com seus olhos tão firmemente fixados no seu objetivo, não resta olho algum para ver como chegar lá.

O executivo escreveu, “Por algum motivo, isso me lembrou de você porque nos momentos em que estou verdadeiramente vazio e tenho tudo fora da minha cabeça (não tão frequentemente, mas algumas vezes), me encontro muito mais aberto a novas oportunidades e ideias, que é de onde surgem, às vezes, as inovações. De outra forma, essas oportunidades podem passar por você sem que você sequer perceba.” De fato.

 

Parece que muitas das coisas interessantes, criativas e construtivas que eu percebi e experimentei em minha vida ocorreram inesperadamente. Eu não estava buscando isso, pelo menos não conscientemente no momento, mas escorregou no meu colo e me pegou de surpresa. Sendo assim, poderia ter perdido a oportunidade se estivesse muito focado em onde queria ir.

 

Como a pequena história acima sugere, uma fixação estrita aos objetivos e resultados pode, em alguns casos, ser uma distração. Além disso, pode até gerar uma evasão do que poderia ser realmente significativo para nós. Por anos tenho sugerido, em relação ao estabelecimento de metas, que:

 

(1) nós devemos estar cientes de quão poderosas imagens como metas podem ser;

(2) nós precisamos nos iluminar sobre elas. Tenho notado uma seriedade oculta em todo o processo de estabelecimento de metas, talvez alimentado pela cultura de autoajuda que criou o “estabelecer metas claras” como a pedra angular de todas as fórmulas de “sucesso”.

 

Pelo fato de haver um prêmio colocado para esse tipo de inventividade rigorosa do futuro desejado, as pessoas tendem a resistir a todo esforço, porque “e se a meta que defini não for a certa”? Dessa forma, ou elas não estabelecem objetivo algum ou tornam-se tão amarrados à tarefa de escolher que se tornam míopes e inflexíveis.

 

Eu digo, defina cinquenta metas e veja quais se encaixam para você. Então, escolha a melhor que puder, tendo em conta a situação em que você se encontra e, então, esteja totalmente aberto para desafiar sua mente e seu foco quando você tiver melhores informações.

 

É verdade que “se você não souber onde está indo, nenhuma estrada servirá.” Também é verdade que se você olhar muito fixamente para onde está indo, pode perder fabulosas surpresas positivas.

 

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