9 dicas para uma equipe mais colaborativa
Nem sempre mirar o desenvolvimento apenas nos indivíduos promove a produtividade que você precisa alcançar. Algumas ações estratégicas, direcionadas para uma maior e melhor interação do grupo de trabalho podem provocar um efeito multiplicador muito importante. Do tipo que realmente traz impacto nos resultados finais. Então aproveite estas 9 dicas alcançar planejamento, organização e produtividade de maneiras mais colaborativas.
1. A mera presença de outras pessoas pode aumentar a sua performance.
Uma das primeiras descobertas em psicologia social foi o efeito da “facilitação social” – a forma como a mera presença de outras pessoas (envolvidas na mesma tarefa que nós) podem aumentar a nossa motivação.
Em 1920, o psicólogo social Floyd Allport mostrou que um grupo de pessoas que trabalham individualmente na mesma mesa tem melhor desempenho em uma ampla gama de tarefas, mesmo que não estejam cooperando ou competindo entre si. A pesquisa de Allport ilustra como a energia de outras pessoas pode atuar beneficamente para cada indivíduo, seja do mesmo grupo ou não. Mesmo que eu esteja trabalhando sozinha, naquele local lotado de outras pessoas, meu trabalho pode render mais. É por isso que muitos profissionais da área criativa gostam de trabalhar em uma lanchonete ou café local, cercados por estranhos.
2. A equipe é beneficiada se jogar em seu próprio estádio.
Todo mundo sabe que as equipes de esportes desfrutam de uma vantagem quando competem num ambiente familiar, em seu próprio estádio, por exemplo. Outro benefício é ter rostos familiares ao redor.
Considere um estudo de 2006 em Harvard, ele mostrou que o desempenho dos cirurgiões cardíacos melhoraram ao longo do tempo quando trabalharam em um hospital cercado por sua equipe habitual. Fundamentalmente, esta melhoria não se repetiu em outros hospitais com pessoas desconhecidas. Os cirurgiões conheciam bem os outros hospitais, mas não tinham a mesma intimidade com o pessoal local. Ao trabalhar repetidamente com as mesmas pessoas, você começa a conhecer os seus pontos fortes e fracos, tem experiências em comum e desenvolve hábitos e regras que ajudam a compreensão mútua. Uma lição: até mesmo um astro, fora do seu ambiente habitual, pode produzir um desempenho decepcionante.
3. Equipes virtuais podem superar equipes face-a-face.
Uma pesquisa de 2009 feita pela Cisco entre milhares de teletrabalhadores demonstrou que 69 por cento acreditava que sua produtividade foi maior quando trabalhavam remotamente e 83 por cento disseram que sua comunicação com outros membros da equipe foi afetada ou melhorada por ser remota. Neste mesmo ano, uma equipe de pesquisa liderada por Frank Siebdrat avaliou o desempenho de 80 empresas de software em todo o mundo e descobriu que as equipes remotas, muitas vezes, superavam as equipes locais.
Siebdrat e seus colegas disseram que o fator mais importante para o sucesso de uma equipe remota estava nos processos utilizados para assegurar que cada membro contribuiu totalmente, incluindo suporte e comunicação adequada. Outras boas práticas incluem o tempo agendado para a construção de uma “camaradagem virtual”, incluindo bate-papo em um contexto informal (ver ponto 9).
4. Um equilíbrio entre extrovertidos e introvertidos colabora para um time melhor.
Quando Corrine Bendersky e Neha Parikh Shah na UCLA organizaram centenas de estudantes de MBA em equipes de cinco pessoas durante dez semanas de trabalhos em grupo, descobriram que os introvertidos eram percebidos com o status baixo: os seus parceiros não achavam que eles tinham muita influência, nem esperavam que contribuíssem tanto para a equipe quanto os membros mais ousados. No entanto, até o final do trimestre, os estudantes descobriram o que os introvertidos tinham a oferecer – e o status deles subiu enquanto o status dos extrovertidos tinha caído.
Enquanto os extrovertidos chamam a sua atenção para mostrar suas habilidades, você pode encontrar dificuldades para detectar os tipos tranquilos e talentosos. Mas não perca o equilíbrio a ponto de ignorar os extrovertidos – a mistura de personalidades complementares muitas vezes é a combinação mais eficaz.
5. A maioria das boas equipes têm um pensador analítico.
Os membros da equipe precisam ser criativos para solução de problemas, mas quando se trata da execução da ideia, um estudo publicado este ano sugere que será interessante ter pelo menos um pensador analítico em sua equipe – ou seja, alguém que possa concentrar-se nos detalhes de seu projeto.
Ishani Aggarwal e Anita Woolley na Escola de Negócios Tepper descobriram que equipes com um pensador analítico tendem a ter um melhor desempenho em “tarefas de execução”, porque ele dá mais atenção ao “foco do processo” – na identificação de sub-tarefas e nos recursos necessários para concluí-las. Aggarwal e Tepper advertiram que para ser benéfico precisa ser bem equilibrado entre criativos e analíticos, pois eles podem discordar tanto sobre as prioridades estratégicas que isso afetaria o desempenho da equipe. Para evitar isso é interessante promover um acordo explícito sobre as prioridades estratégicas. Recrutar um indivíduo raro com um estilo cognitivo misto também pode ajudar a promover a comunicação entre os membros da equipe com diferentes estilos de pensamento.
6. Equipes alcançam um melhor desempenho quando se incluem homens e mulheres.
Em 2012, o Credit Suisse publicou uma análise de cerca de 2400 empresas internacionais, mostrando que as equipes com pelo menos uma mulher nelas, tenderam a ser as mais fortes. Os benefícios de ter homens e mulheres na equipe de controle foram especialmente evidentes em condições de operações mais difíceis. Os autores do relatório atribuíram a diversidade da equipe (ver ponto 5) como importante para um saldo positivo em habilidades de liderança.
Qual é o equilíbrio de gênero ideal a almejar? Um experimento publicado em 2011 por pesquisadores europeus descobriu que as equipes com uma mistura 50-50 de homens e mulheres tiveram o melhor desempenho em um jogo de treino empresarial. Os pesquisadores disseram que este resultado foi, pelo menos em parte, devido aos grupos mistos engajarem-se mais na “colaboração mútua” – produzindo um maior empenho para o benefício da equipe.
7. Há um perigo de equipes com divisão em subgrupos.
É inevitável que as alianças e amizades formem-se dentro das equipes. Pesquisas com tripulações espaciais e exploradores árticos mostrou como esses “subgrupos” podem ser particularmente fortes quando são baseados em formas de identidade social – tais como etnia ou gênero – que antecedem a criação da equipe. Nas equipes multidisciplinares, estas divisões também podem formar identidades profissionais.
Um estudo conduzido pela psicóloga Doris Fay investigou este problema em um sistema de saúde do Reino Unido. Fay descobriu que a diversidade foi um bônus – equipes multidisciplinares produziram melhores inovações em qualidade do que as equipes mais homogêneas – mas apenas se existissem processos no local para ajudar a evitar as divisões internas. Certificando-se de que os membros da equipe estavam comprometidos com a mesma causa e garantindo que todos sentiam-se ouvidos, a equipe refletiu sobre seu próprio desempenho e houve muita comunicação entre os membros (ver ponto 9).
8. As equipes eficazes possuem “sensibilidade social”.
Empresas com pelo menos uma mulher em seus times tendem a ser as mais rentáveis.
A pesquisa mostrou que a “inteligência coletiva” das equipes (interferindo em sua capacidade de executar bem uma grande variedade de desafios) não se baseia na média de QI de cada membro da equipe. O bom resultado tem mais relação com o índice de interatividade, num revezamento mais efetivo durante as conversas e uma maior proporção de mulheres no grupo (ver os pontos 6 e 9). A pesquisa liderada por Anita Woolley sugere que deveríamos testar nossas equipes para estas características – da “sensibilidade social” – assim como nós testamos os indivíduos. Se uma equipe fracassar nesta avaliação, recomenda-se ajustar o pessoal para encontrar um mix melhor, ou treinar a equipe neste ponto, para uma comunicação melhor.
9. As melhores equipes comunicam-se muito fora das reuniões formais.
Pesquisadores do Laboratório de Dinâmica Humana do MIT descobriram que o hábito de conversas fora das reuniões formais são o fator mais importante para o sucesso da equipe. Sua pesquisa mostrou que a energia e o empenho dessas interações informais foram responsáveis por um terço das diferenças de produtividade entre os grupos.
Existem ações simples que podemos ter para aumentar esses encontros valiosos, incluindo agendamento de coffee breaks para que todos os membros da equipe comecem a conversar uns com os outros e planejamento de eventos sociais. As equipes criativas mais produtivas são aquelas que encontram o equilíbrio perfeito entre a “exploração/busca externa” e “engajamento” – fonte de novas ideias de fora da equipe e integração de ideias dentro da equipe.
E você?
Quais as condições você acha que podem levar a uma melhor colaboração entre a equipe?
Abraços
Marcia Sisi
Especialista em gestão do tempo e produtividade
http://calldaniel.com.br
imagem: jazzaab.ir
tradução/interpretação livre do original http://99u.com/articles/16850/everything-youve-ever-wanted-to-know-about-teams