Técnica que surgiu na Índia há quase três mil anos, a meditação é vista ainda hoje como algo totalmente voltado para a espiritualização e, muitas das vezes, relacionada a práticas religiosas. Sim, várias escolas zen-budistas utilizam dessa estratégia. No entanto, existem diversos mitos da meditação que precisam quanto antes cair por terra.

A meditação nada mais é do que a prática de atingir mais concentração e foco no dia a dia. Dispomos, inclusive, de várias técnicas que permitem que qualquer pessoa possa praticá-la — crianças, adolescentes, adultos e até idosos.

Os benefícios à saúde física e mental também são muitos e é por isso que precisamos desmistificar algumas ideias equivocadas. Confira abaixo as principais e mude hoje mesmo sua concepção a respeito do assunto!

1. Somente pessoas espiritualizadas conseguem meditar

Como dissemos, a prática da meditação sempre esteve muito ligada à figura de monges, religiões e preceitos budistas. É aceitável, uma vez que sua origem é oriental. Contudo, qualquer pessoa de qualquer religião — sem religião, inclusive — pode meditar.

Ela não é, necessariamente, um exercício de espiritualidade, mas sim de autocuidado com mente. Pesquisas já comprovaram que a meditação reduz a agitação cerebral, deixando-nos mais calmos e menos ansiosos.

Além disso, a meditação faz com que o organismo produza mais dopamina, serotonina e norepinefrina, o que causa a sensação de bem-estar. O médico e professor de medicina comportamental da Universidade da Colúmbia, Richard Sloan, ainda afirma que o nosso cérebro muda constantemente com a prática da meditação, assim como ocorre com qualquer outra atividade — ou seja, independe de algo diretamente ligado à espiritualidade.

2. É necessário criar uma rotina de meditação

Atrelado ao mito anterior, este espanta várias pessoas da prática da meditação, pois mexe com a sua disponibilidade de tempo. Diferentemente do que todo mundo pensa, não é necessário ficar horas meditando, muito menos determinar horários exaustivos e diários.

Universidade da Geórgia mostrou como apenas 15 minutos de meditação, duas vezes ao dia, conseguiu melhorar a sobrecarga cardíaca de 31 adolescentes americanos hipertensos. Bem pouco, não é mesmo? Contudo, cada um sabe o quanto e quando pode meditar. Esse deve ser um momento de crescimento pessoal e relaxamento, e não um compromisso inadiável, que vai gerar ansiedade e estresse.

3. Quem não tem boa concentração não pode meditar

Muitas pessoas desistem antes de tentar, pois acham que a meditação exige uma alta dose de concentração. Na verdade, esse é o resultado da sua prática. De acordo com pesquisas da Universidade da Califórnia, a meditação melhorou o desempenho e a concentração de estudantes. 

Quando começamos a meditar, nossos pensamentos realmente ficam soltos e a mente livre para que possamos sentir, refletir, analisar ou, simplesmente, deixar fluir. Por isso, não precisa esperar ter mais concentração para começar a meditar. Comece a meditar, mesmo pouco, e veja resultados.

4. Só existe uma única forma de meditar

Assim como não devemos nos prender na espiritualização, é preciso ressaltar que existem inúmeras formas de fazer meditação. A mais conhecida é aquela com olhos fechados, é claro. Mas também se pode meditar de olhos abertos, em movimento e até mesmo enquanto estamos realizando nossas atividades diárias, como é o caso do mindfulness

5. Meditar é esvaziar a mente

Dando continuidade ao último tópico, um dos grandes mitos da meditação é o fato de achar que a técnica só funciona se você esvazia e silencia a mente. Errado. É totalmente natural lidar com os pensamentos, uma vez que eles não podem ser totalmente controlados, como é discutido aqui, aqui e aqui. A ideia é aprender a lidar com todos eles, filtrá-los, compreendê-los e, a partir disso, transformar nossa vivência a partir de novas atitudes.

Agora que você já conhece todos esses mitos da meditação, também é importante lembrar o quanto essa prática faz bem para a saúde física e mental. Para se ter uma ideia, a prática promove o fortalecimento imunológico e, segundo pesquisas divulgadas no American Journal of Cardiology, algumas técnicas conseguem reduzir em 49% as mortes por câncer, 30% por doenças cardiovasculares e 23% por doenças em geral.

Agora que os mitos da meditação estão derrubados, é hora de aprender um pouco mais: descubra a solução para o problema da ansiedade!

 
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