Percebam que eu já comecei esse artigo com uma provocação, dizendo que o passo 5, o Engajar, é o mais importante de todos! Em minha defesa, digo o seguinte:

Para que servem todos os outros passos (Capturar, Esclarecer, Organizar e Refletir), senão para podemos nos Engajar da melhor forma? Qual é o motivo de anotar tudo o que vem a nossa mente, esclarecermos e organizarmos em um sistema confiável e revisar regularmente, senão estarmos prontos para fazer a coisa certa na hora certa?

Todos os 4 passos anteriores existem pelo único motivo de termos clareza na hora do Engajar. Então vamos falar mais sobre esse passo.

Em sua primeira versão do livro “A Arte de Fazer Acontecer”, o passo 5 era chamado de “Executar”. Com a reescrita do livro no ano de 2015, David mudou o nome do passo para “Engajar”. O motivo? Executar qualquer um executa, fazer qualquer um faz. Agora, estar realmente engajado no que você escolheu fazer, de acordo com o que o seu sistema te propõe, é outra história.

O passo Engajar é dividido em 3 partes. Vamos ver cada uma delas de forma um pouco mais detalhada:

  • Modelo dos 4 Critérios Limitantes
    1. Contexto – Lugar ou ferramenta que eu preciso para desempenhar tal atividade. A ideia aqui é: “Já que eu estou aqui, o que posso fazer estando nesse ambiente ou com essa ferramenta?”
    2. Tempo – Quanto tempo eu tenho a minha disposição, e qual a tarefa que é mais apropriada para fazer com o tempo que eu tenho?
    3. Recurso – Aqui Recursos se refere a Recursos de Energia, ou seja, qual o recurso de energia tenho neste momento. Estou com a minha energia alta, média ou baixa?
    4. Prioridade – Se mesmo depois de avaliar o Contexto em que você se encontra, Tempo disponível e Recurso de Energia, ainda houver mais de uma atividade possível de se fazer, você deve se perguntar: “Destas atividades, qual tem a prioridade maior? Qual terá um maior impacto positivo se eu concluir?”

 

Seguindo esses 4 critérios limitantes, com certeza você terá mais clareza do que fazer momento a momento. De toda forma, não paramos por aqui. O David também pede para avaliarmos as 3 Naturezas do Trabalho, então vamos lá:

  • Modelo da Natureza Tríplice do Trabalho
    1. Fazer o trabalho predefinido – Fazer aquilo que está em seu calendário ou em suas listas de ações;
    2. Fazer o trabalho à medida que ele aparece – Cuidar daquilo que chegou e que não estava planejado.   
    3. Definir o seu trabalho – Processando novos inputs que chegaram até você, esvaziando suas caixas de entrada.

Percebam que o ponto central desse item 2 é entendermos que o nosso trabalho não é feito apenas do “planejado”. Precisamos entender como é a natureza de nosso trabalho, para então conseguirmos alocar no nosso dia esses 3 itens.

  • Modelo dos 6 Níveis para revisar o Trabalho
    1. Térreo: Ações atuais – Calendário/ações
    2. Horizonte 1: Projetos
    3. Horizonte 2: Áreas de foco e responsabilidade
    4. Horizonte 3: Metas e objetivos de um a dois anos
    5. Horizonte 4: Visão de longo prazo – Três a cinco anos 
    6. Horizonte 5: Vida – Propósito e princípios

 

Aqui a ideia é entendermos que cada escolha que fazemos agora, cada ligação, cada e-mail enviado, pode ter relação com camadas mais profundas da nossa vida. Ou seja, no final das contas, sempre há (ou deveria ter) um propósito interligando tudo. No próprio livro “A arte de fazer acontecer”, página 254 há um ótimo exemplo dessa relação, que irei transcrever aqui:

“… O telefonema que você precisar dar (ação) é sobre o negócio em que está trabalhando (projeto), que aumentaria as vendas (responsabilidade). Esse negócio em particular lhe daria a oportunidade de se destacar entre os vendedores (objetivo) por causa do novo mercado em que sua empresa quer entrar (visão). E isso o deixaria mais perto do modo como quer viver, tanto financeira quanto profissionalmente (vida).”

Será que agora faz mais sentido o que eu falei no começo, com relação ao passo Engajar ser o mais importante? Rs Tudo acontece por conta do Engajar!

Sei que parece (e é) muita informação que eu coloquei aqui, mas o meu objetivo não é te desmotivar, mas sim passar todo o conteúdo referente o passo 5 que o David nos oferece. Caso você ainda não tenha clareza sobre o ponto 3 (Modelo dos 6 Níveis para revisar o Trabalho), ou até mesmo sobre o ponto 2 (Modelo da Natureza Tríplice do Trabalho), comece pelo ponto 1 (Modelo dos 4 Critérios Limitantes), pois ele já irá fazer uma diferença enorme na sua vida! 

Para finalizar, o David mesmo fala que a nossa intuição nunca deve ser descartada, e que nenhum sistema pode nos mostrar com 100% de clareza qual é a nossa prioridade para o momento. Então, confie na sua intuição e capacidade de julgamento!

E você, como tem caminhado com o passo 5 no seu dia a dia?

 

Por: Michelle Rodrigues – Instrutora GTD®

 

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