Esta é a reflexão da semana do David Allen, traduzida livremente por Thais Godinho do livro “Ready for anything”…

Bem, apesar de você precisar pensar sobre as suas coisas para saber o que fazer com elas, não é para pensar tanto quanto você pode estar imaginando. Apenas um pouquinho de raciocínio (“Qual é a minha intenção? Qual é a minha próxima ação?”) cria controle e foco relaxados. O que acontece é que a maioria das pessoas resiste a pensar sobre tudo isso. Por quê? Porque suas mentes são tão rápidas e sofisticadas que já te dão um relance da situação como um todo, deixando-as levemente apavoradas – isso quando chegam a pensar sobre elas. Decida o resultado desejado e o passo para a próxima ação, ponha lembretes disso em algum lugar que o seu cérebro vá se lembrar de verificar na hora certa, e praticamente ouça algo dentro de você dizendo “ufa, isso está resolvido… por hora!”..

 
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David: “Nos treinamentos, algumas vezes eu mostro para as pessoas todos os meus projetos – cerca de 60, enquanto escrevo isso – e as próximas ações – cerca de 150 – na tela. Sempre tem alguém que diz: ‘Como você consegue não se sentir sobrecarregado e desencorajado quando você olha esse monte de coisas que você tem para fazer?’. No fundo, eu sei que o eles realmente querem dizer é: ‘Eu não quero ter que fazer isso!’.”

Isso provavelmente vem de seu desejo de ter algum tipo de paz interior, equilíbrio ou sensação de ser único no mundo. Lembrá-los de todos os “laços abertos” da sua vida – todo “esse trabalho” – parece, para a maioria das pessoas, perturbar uma suposta tranquilidade de apenas ser e viver o momento. Mas não é disso que se trata. Para falar a verdade, o que estamos propondo é proposto justamente para que seja uma extensão completa daquela harmonia. Você precisa se sentir completo com todas as suas incompletudes.

Certamente um paradoxo está em jogo aqui. Porque se você conscientemente captura, acompanha, revisa e renegocia todos os seus compromissos com você mesmo e com os outros, eles estão, de certa maneira, “feitos”. Não há resíduos, distração ou angústia por ter anexado sua energia a acordos não vistos ou mal alinhados. Você olha para todos eles à luz do dia (e à luz da sua consciência) e diz: “Bem, eu disse antes que poderia fazer isso, e ainda quero fazer assim que possível, mas não agora!”. 

David: “As pessoas pensam que as minhas listas de coisas a serem concluídas são onerosas porque elas (as pessoas) na verdade têm um monte de trabalho que não querem nem olhar. E aquilo que elas resistem, elas ficam presas. Eu conscientemente volto à consciência de que eu não sou o meu trabalho, só porque eu o objetifico e o reviso. Eu penso que muitas pessoas ainda passam por momentos difíceis tentando ver a diferença.”

Ser verdadeiramente “único no universo” tem francamente pouco a ver com manter suas listas ou não, ou até mesmo com ter uma mente clara, emoções equilibradas ou um corpo vibrante. Você também pode ser “único” em criar confusão, estresse, pegar uma gripe ou entrar no cheque especial todo mês. Você pode entregar os encargos da sua vida a qualquer momento para aquilo que você relaciona a um poder mais elevado no trabalho e ficar com a consciência livre, tranquila. Mas se você evitar ou gerenciar de maneira ineficaz suas incompletudes, você provavelmente terá que confrontar a existência delas de qualquer maneira, mas de um modo mais negativo do que você gostaria.

O David não ensina as pessoas a serem mais “espirituais” usando o GTD. Ele ensina como deixar as coisas mais claras e a gerenciar o foco para que sua energia seja direcionada e usada de maneira mais eficiente, para que você enfim obtenha o que aquela energia produz.

 

Por sinal…

 

– Como você se sente sobre o seu trabalho uma semana antes de sair de férias? Por quê?

– O que você está procrastinando que parece muito complexo para o seu cérebro lidar de forma confortável? O que você poderia fazer como uma próxima ação física para começar a tirar isso da sua cabeça?

 

Boa semana.

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