(Este artigo foi escrito originalmente por David Allen e publicado no blog oficial do GTD. Por esse motivo, ele está em primeira pessoa, como se fosse o próprio David falando. A Call Daniel está autorizada a traduzir e publicar esses textos em seu blog por ser a franquia brasileira exclusiva do método GTD.)

Eu tenho a sensação e a esperança de que, em 25 anos, o que o GTD ensina será algo tão distribuído que nós poderemos até nos perguntar porque sofríamos de tanto estresse e pressão quando não sabíamos usar os pensamentos de uma maneira mais otimizada.

O advento da “era do conhecimento” gerou muitos projetos e coisas para fazer que não são tão claros quanto costumavam ser antes (estamos falando sobre organizar um workshop perfeito ou escrever um artigo excelente para o boletim informativo). Foi criado um mundo cheio de trabalho a ser feito, mas também crescemos confiando que nossas mentes poderia (e deveriam) lidar com tudo isso do começo ao fim.

O problema é que grande parte da pressão que testemunho em outras pessoas é a mente tentando fazer coisas que ela não faz muito bem. A maioria das pessoas fica pensando em como deveria estar pensando sobre o que deveria estar pensando. E ainda tentando não pensar sobre isso! Essas pessoas não estão concluindo o exercício do processo de raciocínio necessário para concluir o que estão pensando, nem garantindo que tenham bons sistemas confiáveis, com ações no lugar, para gerenciar a tarefa em si de lembrar sobre os resultados que viriam desse processo de esclarecimento.

Nossas mentes nos sedusem com regularidade. Quando você está pensando em algo, alguma parte de você está convencida de que, por aquilo ser tão evidente no momento em que você pensa, você nunca se esquecerá e, ainda por cima, terá acesso a essa informação, perspectiva ou pensamento no momento e no lugar apropriados. Se fosse dessa maneira, seria ótimo. Mas não é. Se fosse, você nunca precisaria usar um calendário externo – sua mente saberia exatamente onde você deveria estar e quando (além de trazer uma visão consistentemente correta de tudo o que aproxima você do seu futuro).

Quando você faz acordos com você mesmo a respeito de alguma coisa (“eu gostaria, poderia, deveria etc.”), sua mente, servo obediente, vai decorar essa tarefa até que lhe sejam dadas mais instruções. Porém, se você não tiver um senso do que é passado e do que é futuro em seu banco de memória de curto prazo, você vai criar conflitos instantâneos e sem resolução, caso tenha mais de alguma coisa a fazer a respeito daquilo. Tudo o que você precisa fazer é agir a partir do lugar que é mais inteligente que a sua própria mente.

– David Allen

“Como é que a nossa memória é boa o suficiente para reter a menor trivialidade que nos acontece, e ainda não é boa o suficiente para se lembrar com que frequência a gente disse à mesma pessoa?” – Duc de la Rochefoucauld

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