O ritmo de trabalho de muitos profissionais é ditado por um mercado cada vez mais exigente e competitivo. O estresse e a tensão gerados no ambiente corporativo podem colocar em risco a saúde física e mental do trabalhador. A consequência de uma rotina exaustiva e estressante, que provoca o esgotamento do corpo e da mente em níveis máximos, tem nome: síndrome de burnout.

Ela foi descrita pela primeira vez em 1974 pelo médico americano Freudenberger. Também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio psíquico grave provocado pelo estresse crônico e pelo desgaste no ambiente de trabalho.

Continue a leitura e saiba mais sobre o que é burnout e como ela vem afetando a população brasileira!

Histórico da síndrome de burnout

Essa síndrome já atinge 30% dos trabalhadores brasileiros, conforme pesquisa da International Stress Management Association. O Brasil perde nos níveis de estresse para o Japão, que é outro país conhecido por rotinas intensas no trabalho e período curto dedicado ao relaxamento.

Estudo diferente, conduzido pela Medscape Physician Lifestyle Report (EUA), em 2015, comprovou que 46% dos médicos da localidade sofriam da síndrome de burnout. 

Causas

Para melhor compreender o que é burnout, convém conhecer os motivos que o provocam. Veja alguns deles.

Esforço excessivo no trabalho

O profissional pode sofrer pressão dos superiores para trabalhar mais, como pode se sentir na necessidade de oferecer o melhor de si devido à concorrência dentro da empresa, entre os colegas de trabalho.

É possível, também, que o trabalhador, mesmo sem nenhuma pressão externa, sinta-se no dever de trabalhar demais, ou seja, ele mesmo cobra muito de si mesmo.

Levar atividades para fazer em casa, assumir muitas responsabilidades e se exceder nas horas extras podem sobrecarregar o profissional e, logo, ele estará apresentando os sintomas característicos da síndrome de burnout.

Períodos longos de trabalho sem descanso

Essa é a causa mais frequente. Períodos longos de trabalho, sem férias ou intervalos de repouso, principalmente quando a função é pesada, geram o acúmulo de estresse e, possivelmente, uma licença médica forçada.

Essa causa pode ser evitada com descansos semanais e tratamentos médicos adequados.

Ambiente profissional hostil

Uma das categorias mais vitimadas pelo transtorno é a dos professores, devido ao ambiente hostil de trabalho, no qual eles sentem dificuldades em realizar suas tarefas com eficiência e produtividade: infraestrutura precária, relações difíceis com alunos, prepotência de diretores e rivalidades de outros professores.

Em postos de saúde e hospitais públicos, a situações é semelhante, afetando enfermeiros, técnicos de enfermagem, médicos e outros profissionais.

Sintomas

Muitos dos sintomas podem ser confundidos com estresse ou outras doenças. Por não ter um diagnóstico preciso, é necessário ficar atento aos sinais. Confira os principais sinais da síndrome.

Exaustão

O corpo e a mente da pessoa dão sinais de que estão no vermelho e que não aguentam mais. Portanto, ela não tem mais energia para realizar suas atividades diárias. É comum apresentar dores de cabeça frequentes, sensação de fraqueza, distúrbios do sono, dores musculares e náuseas.

Mudanças de comportamento

Quem apresenta o quadro da síndrome de burnout tende a se distanciar dos colegas de trabalho, ter aversão a reuniões e diálogos e se torna cada vez mais negativo. Também é comum apresentar mudanças bruscas de humor, com muitos períodos de irritação e ansiedade.

Dificuldade de realizar tarefas no trabalho

A síndrome afeta a capacidade de realizar tarefas, refletindo em queda de produtividade, irritabilidade, falta de motivação, procrastinação e dificuldade de concentração.

Consequências

Identificando o que é burnout por meio de sua definição e dos sintomas, convém, também, conhecer suas consequências, ou seja, os outros problemas de saúde que podem advir do transtorno.

Depressão

A depressão é considerada um dos principais males da sociedade humana atual. E profissionais muito exaustos podem desenvolver princípio de depressão ou um estágio mais avançado.

Como as pessoas portadoras do transtorno ficam desmotivadas para o trabalho e para a vida, isolando-se dos colegas da empresa e até dos familiares, a depressão apresenta-se como uma consequência quase inevitável desse processo.

Enxaquecas

As enxaquecas são consequências diretas da síndrome de burnout. As dores de cabeça contínuas e muito intensas interferem negativamente no desenvolvimento das atividades laborais e nos relacionamentos pessoais.

Se não proporcionar a si mesma o relaxamento adequado, que minimize as enxaquecas, a pessoa terá cada vez mais dificuldades de manter relações saudáveis com familiares e amigos.

Crises de ansiedade

As crises de ansiedade podem resultar dos elevados níveis de estresse. O profissional, já muito desgastado com a pressão no ambiente de trabalho, começa a apresentar indícios claros de ansiedade.

Uma pessoa que sofre de ansiedade intensa tem batimentos cardíacos descontrolados (taquicardia), sua em excesso (sudorese) e apresenta dificuldades em respirar.

Debilidade no sistema imunológico

A síndrome de burnout acaba provocando alterações hormonais decorrentes do estresse elevado. Entre elas está a elevação dos níveis de corticoides, que deixa o organismo humano mais debilitado e propenso a enfermidades diferentes, como resfriados, gripes e outros tipos de viroses, que podem ser mais intensas.

Sem o tratamento apropriado, a pessoa fica vulnerável a diversas formas de doenças, pois seu sistema imunológico está debilitado.

Diagnóstico

O diagnóstico da burnout deve avaliar o histórico do paciente no ambiente de trabalho. Por ser facilmente confundida com depressão, é preciso procurar um especialista e fazer exames psicológicos para identificar a síndrome.

Prevenção e tratamento

É preciso ficar atento para que seu trabalho não desgaste sua saúde física e mental. Para isso, você pode ter algumas ações para evitar a síndrome:

  • avalie se suas condições de trabalho estão afetando seu bem-estar físico e mental;
  • faça atividades físicas ao menos três vezes por semana;
  • mantenha uma alimentação saudável e uma rotina de sono adequada;
  • tire um tempo para fazer coisas de que você gosta, como ler, ir ao cinema e sair com amigos;
  • procure manter uma relação amigável com seu chefe e colegas de trabalho.

Caso você já esteja em um estágio de estresse e esgotamento muito alto e for diagnosticado com a burnout, o mais recomendado é procurar ajuda psicológica com um profissional. O tratamento é feito por meio de psicoterapia e uso de antidepressivos. Contudo, atividade física, meditação e formas de relaxamento são poderosas aliadas no combate à síndrome.

A burnout é uma síndrome que está deixando cada vez mais profissionais incapacitados para trabalhar em todo o mundo. É preciso colocar sua saúde em primeiro lugar para que, assim, você consiga se realizar pessoal e profissionalmente. É muito mais fácil se tornar um profissional de sucesso quando seu corpo e sua mente estão sãos!

Agora que já sabe o que é burnout, aproveite, também, para entender quais são os tipos de estresse mais comuns!

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