Ready for anything – Princípio 7 – Como o GTD lida com crises?
O tema desta semana é sobre prioridades e a origem das crises.
Qual o perigo dos projetos não tão importantes?
É muito comum a gente ler, quando se trata de produtividade e gestão do tempo, sobre “prioridades A-B-C” ou “quadrantes” (urgente / não urgente / importante / não importante). Por que o GTD não trata disso? Porque muitos desastres da produtividade pessoal vêm justamente de algo que não era “prioridade A” que de repente se tornou urgente ou ocasionou um incêndio justamente por quê? Porque você não teve de lidar com eles antes. E por quê? Porque estava cuidando de outros incêndios ou coisas urgentes. Esse é um ciclo sem fim, que não corrige nada. Ele só se perpetua.
Quando a gente ensina as pessoas a lidarem com suas “prioridades”, entendemos que algumas escolhas parecem mais importantes que as outras. Mas o lado negro dessa força é que todos os outros laços abertos tidos como “não tão importantes” nesse momento continuam pipocando na sua mente, apenas porque você não está lidando com eles, pelo simples fato de não serem top-priority para você nesse momento.
O David comenta que as pessoas sempre perguntam em seus cursos por que ele não categoriza seus projetos em prioridade, tempo ou complexidade (o David recomenda ter apenas uma lista de projetos). Porque a distinção que ele recomenda é muito simples: projeto X algum dia / talvez. A primeira lista é um inventário completo de todos os resultados que requerem mais de uma ação para serem concluídos. No geral, as pessoas têm entre 30 e 100 deles. A segunda lista é composta por todos os projetos que você pode querer fazer algo no futuro, mas não tem o compromisso de movê-los adiante nesse momento.
Se estiver na sua lista de projetos, você precisa decidir quais são as próximas ações para fazê-lo avançar e deve revisar seus status regularmente. É até mesmo ok não acioná-los, contanto que essa seja uma escolha consciente sua e a próxima ação esteja clara. Mas o que a maioria das pessoas faz é evitar pensar no projeto porque não sabem qual é a próxima ação, e então ele fica ali, parado. Isso faz com que elas percam inúmeras oportunidades de movê-los adiante antes que eles ocasionem uma crise.
Quer dizer, ou você precisa de pneus novos ou não. Em algum ponto, os pneus do seu carro vão começar a ficar carecas. Antes disso acontecer, você não precisa fazer nada. Depois disso acontecer, você precisa fazer alguma coisa. Uma vez que você precise tomar providências, não há prioridades A-B-C para os novos pneus – eles apenas precisam ser resolvidos, assim como outras coisas na sua vida. Ou o projeto precisa ser feito ou não. Ponto.
É verdade que, quando os projetos ultrapassam essa linha, existe uma graduação entre serem “meramente necessários” e “desesperadamente necessários”. Mas todos são necessários igualmente porque, quando você não lida com o meramente necessário, ele vira desesperadamente necessário. A próxima ação passa de “Pesquisar preços de pneus na Internet” para “Ligar para o seguro buscar o carro no meio da Imigrantes”!
Esclareça e defina todos os resultados desejados que você se comprometeu consigo mesmo a completar, pequenos e grandes, e quais são as ações requeridas para movê-los adiante. Fazendo isso, você estará mesmo jogando de maneira eficiente para fazer tudo o que for necessário acontecer, o mais breve possível, antes que tudo se torne “urgente” ou desencadeie uma crise. Além disso, você se sentirá tranquilo(a) sabendo qual o status de cada um deles.
Os serviços de atendimento ao cliente não podem se dar ao luxo de escolher qual solicitação é mais importante. Eles simplesmente precisam atender todas as solicitações. Imagine que você seja o seu próprio cliente. Você pode ignorar suas solicitações? Eu acho que não.
Por sinal…
- Tem alguma coisa que você decidiu ignorar apenas porque não parece tão importante no momento quanto as outras coisas?
- O quão importante seria se ela fosse realizada?
- Como você se sentiria se ela fosse feita?
Boa semana!
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